domingo, 23 de maio de 2010

Cirrose Hepática

O QUE É A CIRROSE HEPÁTICA?

A cirrose hepática é uma condição ocasionada por certas doenças crônicas do fígado que provocam a formação de tecido cicatrizal e dano permanente ao fígado. O tecido cicatrizal que se forma na cirrose hepática dana a estrutura do fígado, bloqueando o fluxo de sangue através do órgão. A perda do tecido hepático normal diminuie a capacidade que tem o fígado de processar nutrientes, hormônios, fármacos e toxinas. Também diminuie a capacidade do fígado para produzir proteínas e outras substâncias.

QUAIS SÃO AS CAUSAS PRINCIPAIS DA CIRROSE?

  • Alcoolismo crônico

  • Hepatite viral (tipo B, C e D)

  • Hepatite auto-imune

  • Transtornos hereditários

    • Deficiência de Alfa-1 Antripsina

    • Fibrôse quística

    • Hemocromatose

    • Doença de Wilson

    • Galactosemia

    • Doenças relacionadas com a armazenagem de glicógeno

  • Atresia Biliar

  • Reação severa a medicamentos (fármacos)

  • Exposição a toxinas ambientais

  • Ataques repetidos de falho cardíaco acompanhado de congestão hepática

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA CIRROSE?

Primeiros sintomas. As pessoas que têm cirrose com frequência têm poucos sintomas ao princípio da doença. Os dois problemas principais que eventualmente ocasionam sintomas são; perda do funcionamento das células hepáticas e distorção do fígado causado pela cicatrização. A pessoa pode experimentar:

  • fadiga

  • debilidad

  • falta de apetite

  • náuseas perda de peso

Sintomas avançados.

  • Edema e ascites. Conforme diminuie a função hepática, menos proteína é produzida pelo órgão. Por exemplo; se produz menos albúmia, o que resulta em acumulação de água nas pernas (edema) ou no abdômen (ascites).

  • Sangrado e/ou formação de hematomas. Uma diminuição nas proteínas necessárias para a coagulação sanguínea ocasiona facilidade de sangrado e/ou fácil formação de hematomas.

  • Icterícia. A icterícia caracteriza-se pela colaboração da pele amarelada, devido á acumulação do pigmento da bílis que passa do fígado aos indestinos.

  • Coceira intensa. Algumas pessoas com cirrose experimentam coceira intensa devido a produtos da bílis que são depositados na pele.

  • Pedras na vesícula. Frequentemente formam-se pedras na vesícula devido a que não chega sufeciente bílis á vesícula.

  • Encefalopatia. O fígado das pessoas com cirrose apresentam dificuldade para remover as toxinas, as quais se acumulam no sangue. Estas toxinas podem ocasionar confusão mental, e degenerar em mudanças de personalidade e até côma. Os primeiros signos de acumulação de toxinas no cérebro podem incluír descuido na aparência pessoal, dificuldade para concentrar-se, mudanças nos hábitos de sono, perda de memória e isensibilidade.

  • Lentidão para metabolizar medicamentos/fármacos. Usualmente os medicamentos /fármacos são metabolizados /filtrados pelo fígado. Na cirrose este processo torna-se mais lento. Os medicamentos /fármacos acumulam-se no corpo por causa da inabilidade do fígado de metabolizar os mesmos com a devida rapidez. Com frequência, as pessoas com cirrose são muito sensitivas aos medicamentos e seus efeitos segundários.

  • Hipertensão portal e/ou varizes. Um dos problemas mais sérios que apresentam as pessoas com cirrose, é pressão nos vasos sanguíneos que fluíem através do fígado. Normalmente, o sangue dos indestinos e baço é bombeado para o fígado através da veia portal. No entanto, na cirrose o fluxo normal do sangue se diminuie, causando pressão na veia portal. Isto produz um bloqueio no fluxo normal do sangue, o que ocasiona que o baço se aumente. O sangue que sai dos indestinos trata de buscar saída através da formação de novos vasos sanguíneos. Alguns destes vasos sanguíneos aumentam (varizes). As varizes podem-se formar no estômago e no esôfago (tubo que coneta a boca com o estômago). As varizes têm paredes muito frágeis e têm ema pressão muito alta. Existe grande risco de que se rebentem e que ocasionem um problema sério de sangrado na parte superior do estômago ou esôfago. Se isto ocorre, a vida da pessoa corre perigo e tem que se tomar ação rápida para deter o sangrado.

COMO SE DIAGNOSTICA A CIRROSE?

Com frequência o médico pode diagnosticar cirrose pelos síntomas que apresenta a pessoa e por provas de laboratório.

Exame físico. Mediante un exame físico o médico pode notar uma mudança no tato e tamanho do fígado. Seu médico golpeará levemente o seu abdômen na área que se encontra sobre o fígado (percussão). O resultado do som pode indicar uma mudança de tamanho e posição do fígado. Também revisará o estado de saúde do seu fígado exercendo pressão na área circundante. Um fígado normal não se encontra encolhido nem aumentado, e também não se encontra o tato sensível.

Encolhimento do fígado. A hepatite crônica pode degenerar em cirrose ou, possivelmente, câncer de fígado. Nos pacientes com cirrose, o fígado começa a encolher-se e endurece-se. Também ocorre cicatrização do fígado. Esta mudança na estrutura do fígado pode resultar na deterioração permanente das funções do fígado.

Perda total das funções hepáticas. Conforme vai piorando a cirrose, a maioria das funções hepáticas perdem-se também. O fígado endurece-se e reduz-se em tamanho. Pode ocorrer acumulação de líquido no abdômen e nas pernas. É comum o sangrado gastro-indestinal agudo segundário em varizes do esôfago e também pode apresentar-se lentidão mental.

Provas de sangue. Se o médico tem suspeita de cirrose, recomendar-lhe-á que se realize certas provas de sangue. Estas provas ajudar-lhe-ão a determinar se existe uma doença hepática.

Provas de imagens. Em alguns casos, o médico pode recomendar outras provas diagnósticas como o TAC (tomografia axial computadorizada), o ultra-som e o escâner do fígado/ baço por radio-isótopos.

Biópsia do fígado. O médico pode recomendar uma biópsia ao fígado para confirmar o diagnóstico de cirrose. A biópsia hepática realiza-se por meio da inserção de uma agulha através da pele até ao fígado para tomar amostras do tecido hepático.


QUAIS SÃO AS OPÇÕES DE TRATAMENTO PARA A CIRROSE?

O tratamento para a cirrose está dirigido a deter ou retrasar o seu processo, minimizar o dano ás células hepáticas e reduzir as complicações. Na cirrose alcoólica, a pessoa deve deixar de consumir álcool. No caso de pessoas que têm hepatite viral, o médico poderia administrar-lhe esteróides ou medicamentos anti-virais para reduzir o dano á célula hepática.

Certos medicamentos podem ser recomendados para controlar alguns síntomas da cirrose como ardência e a acumulação de líquido no corpo (edema). Os diuréticos são medicamentos que ajudam a eliminar o excesso de líquido e prevenir a edema.

Através da alimentação e terapia com medicamentos /fármacos pode-se melhorar a função mental que se encontra alterada por causa da cirrose. A diminuição da ingestão de proteínas ajuda a que se formem menos tóxinas no trato digestivo. Alguns laxantes como a lactulose podem ser administrados para ajudar na absorção de tóxinas e acelerar a sua eliminação através dos indestinos.

Os dois problemas principais da cirrose são o falho hepático quando as células hepáticas deixam de funcionar, e o sangrado ocasionado pela hipertensão portal. Como tratamento para a hipertensão portal, o médico pode receitar medicamentos beta bloqueadores.

Se ocorre sangrado das varizes do estômago ou do esôfago, o médico pode injetar estas veias com um agente esclerotizante através dum tubo flexível (endoscopio) que se inserta através da boca até ao esôfago.

Em casos críticos, poderia ser necessário realizar um transplante de fígado. Outra opção de crurgía é a derivação portacaval (procedimento que se utiliza para diminuir a pressão na veia portal e nas varizes).

As pessoas com cirrose frequentemente vivem vidas saudáveis por muitos anos. Ainda quando surjam complicações, usualmente estas podem ser tratadas. Algumas pessoas com cirrose foram submetidas exitosamente a um transplante de fígado.

Não obstante, é importante recordar que todas as provas, procedimentos e medicamentos implicam riscos. Para tomar decisões informadas sobre a saúde assegure-se de perguntar-lhe ao seu médico sobre os benefícios, riscos custos de todas(os) as provas, procedimentos e medicamentos.

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